terça-feira, 28 de outubro de 2008

GERAÇÃO SPECTRUM - O BLOG




Noticio aqui a descoberta da Geração Spectrum, na sua vertente de blog. Previsivelmente, aconselho uma incursão ao mesmo, no link disponível do lado direito, e aconselho mais ainda, a quem nunca foi a nenhuma, uma deslocação ao S. Mamede no próximo dia 5 de Dezembro...
Entretanto deixo-vos também a minha foto, com o Pacha e com o Pedro, aquando a minha "primeira" Geração Spectrum no Património, encontrada algures num post do referido blog.
Spectrum, até dia 5 do 12!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

DIA D

Está confirmado. O próximo dia 31 de Outubro está destinado a ser um marco histórico pessoal. Resta saber se para o melhor se para o pior. Ignorando a sua carga de misticismo e bruxedo, às 17h30m desse dia estarei a dar entrada para a derradeira e decisiva prova de fogo, a última avaliação que poderá pôr fim ao meu estágio. Pôr fim a 3 anos e 8 meses (!!!) de formação. A carga emotiva do momento é inegável e, por esta altura, faz-me "tremer como varas verdes" por este ansiado momento.
Temo que não tenha outra chance. O caminho a enveredar passa invariavelmente pela recuperação daquele estado de confiança que encarnava nos corredores da Faculdade de Direito em Coimbra, aquando a realização de provas orais. Tenho pois de reavivar aquele sentimento de que "vou rebentar com eles". Não há volta a dar. Nem que, para tal, tenha de engrandecer juridicamente...

FOI GRANDE!




Mais uma Geração Spectrum e que dizer sobre isso?
O primeiro introito limita-se a justificar o tamanho reduzido da imagem. Foi assim que "vi" a Geração Spectrum de 18 de Outubro último: com uma visão amplamente "redutora", afunilante e em profundidade, tradutora de um estado que nem convém aqui descrever...
Mas no que toca ao sentimento, o caso muda completamente de figura. Pouco me importa que os hits que eu ouço (bem como os que esqueço), na Geração Spectrum, estejam, sob o seu prisma de temporalidade, mais ultrapassados que o Francis Obikwelu. Para mim, que tenho o "poder" de escrever estas palavras, estou neste preciso momento a descrever algo que me é intemporal! Adoro ABBA, gosto de AC/DC, ainda vejo o Top Gun e o Dirty Dancing, se for caso disso, e lembro-me do Macgyver e do Verão Azul como se fosse hoje. Na última Geração Spectrum, à semalhança das anteriores, logrei provar tudo isso, nem que seja a mim mesmo.
Em suma, dê por onde der. Posso espernear, emigrar, barricar-me, etc. e etc. Mas por mais Gerações Spectrum a que eu vá, não consigo esmorecer...
Portanto, «load"" e... enter»! E não é que entra sempre?
WE ARE THE WORLD - USA FOR AFRICA
There comes a time
When we heard a certain call
When the world must come together as one
There are people dying
And it's time to lend a hand to life
The greatest gift of all
We can't go on
Pretending day by day
That someone, somewhere will soon make a change
We are all a part of God's great big family
And the truth, you know love is all we need
[Chorus]
We are the world
We are the children
We are the ones who make a brighter day
So let's start giving
There's a choice we're making
We're saving our own lives
It's true we'll make a better day
Just you and me
Send them your heart
So they'll know that someone cares
And their lives will be stronger and free
As God has shown us by turning stone to bread
So we all must lend a helping hand
[Chorus]
We are the world
We are the children
We are the ones who make a brighter day
So let's start giving
There's a choice we're making
We're saving our own lives
It's true we'll make a better day
Just you and me
When you're down and out
There seems no hope at all
But if you just believe
There's no way we can fall
Well, well, well, well, let us realize
That a change will only come
When we stand together as one
[Chorus]
We are the world
We are the children
We are the ones who make a brighter day
So let's start giving
There's a choice we're making
We're saving our own lives
It's true we'll make a better day
Just you and me

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"FODA-SE"
Lendo este blog na diagonal, esta é a palavra mais vezes escrita, cumprido 1 mês de páginas tantas. Se porventura, à entrada deste post, houvesse dúvidas quanto ao vocábulo mais utilizado, serve a presente nota para desempatar a contenda.
Assim sendo,
HAJA CLASSE! ELEVAR O NÍVEL NÃO É PRECISO...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

UMA PREMONIÇÃO EVIDENTE

Quando toca a entrar em detalhes sobre arquitectura, reconheço que sou um autêntico asno. Consigo apenas observar algo esteticamente interessante ou não, funcional ou nem por isso.
O Edifício da Vimágua, no Parque das Hortas, não constitui a excepção que confirma a regra. O edifício até nem é feio, pelo menos o que dele conheço, ou seja, a sua parte exterior, mas nunca me passou despercebido um determinado detalhe: aquela pequena fonte que se estende ao longo da parte lateral do edifício. Em linguagem mais simplista, esse pequeno adereço consiste num buraco relativamente fundo, junto ao vidro na parte lateral do prédio e próximo da entrada, que tem uns repuxos a "cuspir" água para cima. Fácil se torna de entender, pois, que derivado à sua proximidade com a porta de entrada, essa pequena fonte poderia tornar-se num adereço bastante perigoso. Pelo menos aos mais distraídos ou que saíssem do edifício incrédulos a olhar para a conta da água... Nunca augurei muito de positivo àquela fonte, portanto.
Este prognóstico passaria a facto concreto efectivamente ocorrido num ápice: aquando a queda, vergonhosa e triunfal, da primeira "vítima" dentro dos referidos repuxos. A esta seguiu-se uma segunda vítima. Foi, claro está, completamente infrutífera a minha tentativa de suster aquele riso descontrolado que sempre surge nestas ocasiões. Tentar mantê-lo (ao riso) naquela zona da garganta e ostentar aquela cara a começar a avermelhar, como se estivesse prestes a explodir. De referir, neste capítulo, que as duas vítimas eram individualidades completamente distintas:
- a primeira, era mulher, nos seus médios 30, com um ar absolutamente agreste, grunho e arruaceiro, decorado com umas calças de ganga notoriamente cortadas pelo joelho com uma "corta e cose" e com umas tatuagens desde o gémeo ao tornozelo consistentes numa espécie de figuras de mitologia oriental com dragões. No momento daquele "chapinhar" inesperado e estrondoso, além de evidente a factura da água numa das suas mãos, do seu intelecto foi colossalmente audível um "Foda-se!!!", daqueles ditos com sentimento e pinceladas de algum amor, "foda-se" este já aflorado no post "Garraiadas" deste blog.

- a segunda vítima, era um homem, nos seus médios 40, aparência mais clássica com calças de fazenda, sapato clássico e camisa. Bem parecido até. Aquando o seu "mergulho" para o estado de vexame, além de perceptível a factura da água numa das suas mãos, ouviu-se-lhe um "Ahhh!!!", uma interjeição de espanto e perplexidade que não apagou a "marca de água" nas suas calças desde os joelhos até aos pés, nem aquele som de "Tchec, tchec" que acompanhava os passos que ia dando até bem longe dali.

Posto isto, foi incontrolável ter-me desmanchado a rir. Na entrada do escritório, não consegui suster. Nem eu, nem nenhum dos que assistiram do "anfiteatro" ao lado de onde me encontrava, vulgo, uma esplanada de uma padaria repleta de clientela. Entendo que faz falta ali qualquer coisa que previna futuras "derrapagens", algum tipo de protecção. Aquilo até está bonitinho, sim senhor, mas já se previa perigoso...

Moral da estória, este seria o modo como descreveria a situação de crise financeira actual: pegamos num pequeno "adereço" como seja o crédito à habitação; durante largos tempos de concessão desenfreada, foi "bonitinho" sim senhor; mas previa-se perigoso... A isto, uns reagem com um "foda-se!!!", outros com um "ahhh!", mas urge colocar uma barreira que previna futuras derrapagens, algum tipo de protecção. A comparação sofre apenas uma nuance: eu não acho grande piada a isto e aposto que o restante "anfiteatro" também não... Pois quanto ao mais, as semelhanças são assustadoramente incríveis.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

REENCONTROS FELIZES


Passei a vista mesmo agora pelo blog delas, o Ambiente Grego, e reparei que a Ana deixou lá um post com a etiqueta de agradecimento. O seu post destinava-se a agradecer a todos aqueles que, tal como eu, compareceram no Sábado, no Oriental, no seu jantar de aniversário, jantar este que ela não sabia que estava agendado... Isso mesmo, foi um jantar surpresa para alguém que não queria festejar o seu aniversário e que merece mais do que muitos que os seus mais próximos o festejem. Foi portanto uma surpresa mais do que merecida, merecimento esse que se estendia a que o dito jantar nao caísse no esquecimento. Assim o foi, ela reconheceu-o e, como tal, o objectivo foi plenamente cumprido. E, por mim falando, o jantar correu lindamente. Também eu partilho da opinião da Ana quando diz que a imagem de ordem foi a boa disposição. Mais uma vez, porque não é por demais dizê-lo, a Ana merecia isso, e merecia-o também da minha parte.
Sem descurar tudo isto, continuo hoje a matutar no que me aconteceu na entrada do Oriental. Quando cheguei ao restaurante, ainda na rua, deparei-me com um grupo enorme que lá estava prestes a entrar. Comecei por vêr o Marco, depois o Varela, o Fafe, o Noel, o Eduardo, o Garinho, os irmãos do Eduardo, outras tantas caras que conhecia desde que me conheço e outras que até nem conhecia. Curioso é que todos estes nomes, todas estas caras e estes vultos, eu conheço de um só lugar: da Rua Dr. Carlos Malheiro Dias, perpendicular à Calouste Gulbenkian. Nada mais nada menos de que o lugar onde eu vivi até aos meus 11 anos. Ali, prestes a começar, ia decorrer o jantar da minha antiga rua, dos Amigos da Rua, como eles apelidaram. Por momentos, pensei que seria eu que estaria a ser surpreendido e não a Ana... Mas não, foi um mero acaso, uma feliz coincidência. Pediram-me o meu número e o meu e-mail para me avisarem do próximo jantar. Cedi esses dados de pronto. Lembro-me bem dos tempos da Rua em que as noites acabavam com os fados do Pechincha em frente ao Vianeza; em que jogava à bola no jardim dos escuteiros e fugia sempre que via um veículo da polícia; em que ia para o Liceu atirar cartuchos com as armas de canudos, aos carros que passavam, e só acabava em casa com o condutor atingido a entregar-me aos meus pais "pelos colarinhos"... Fiquei de facto feliz por saber que a camaradagem da altura ainda existe, que perdurou por entre os diferentes destinos de todos eles.
Como tal, voltei a questionar Cesare Pavese, se seria inabitável aquele lugar onde fui feliz. E voltei a constatar o colapso desse pensamento... Por isso, comprometo-me também aqui a estar presente no próximo jantar dos Amigos da Rua, mesmo sem os fados do Pechincha...
P.S.: Duarte, se vires este post, quero que saibas que digitalizei a foto... e sozinho!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

FLAGRANTE OCASIÃO

Amei o novo espaço criado no site e no jornal do Vitória Sport Clube. Com o nome "Flagrante ocasião" nasceu um espaço, coordenado e realizado pelo Duarte, que consiste em entrevistas onde são confrontados os jogadores do clube. Sucede que o tipo de entrevista em causa é algo que não se vê nos jornais diários ou semanários, de maior ou menor tiragem: é um conjunto de perguntas com uma pitada de humor, que obrigam o entrevistado a enfrentar com uma boa dose de frontalidade aspectos menos positivos da sua carreira. E as respostas só podem ser as melhores. Ou seja, é um tipo de entrevista que foge invariavelmente dos parâmetros de normalidade. E porque eu gosto de tudo o que fuja desses parâmetros, e porque sou altamente parvo, não deixei de me deliciar e de gracejar ao ler a entrevista ao Yves Desmarets - a primeira vítima!
Fica assim a sugestão. E fico também a aguardar por novos desenvolvimentos, leia-se, novas "flagrantes ocasiões".

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ROTEIRO DE GUIMARÃES


Há cerca de 8 meses atrás, o Duarte propôs-me escrever um roteiro de Guimarães para a rubrica "city guide" da revista Ennemagazine. Ele não podia fazê-lo porque tinha afazeres profissionais inadiáveis. Acedi à sua proposta e fiz um roteiro de Guimarães. Congratulo-me com o facto de não terem alterado uma vírgula ao texto que envei. Ainda assim, porque é algo que circula pela net (ennemagazine.pt, city guide) e que contem a minha assinatura, mal seria que não figurasse também no meu blog... Por isso, aqui vai o roteiro de um fim-de-semana em Guimarães e quero saber quem tem a coragem de o cumprir...


Guimarães


"...entro em Guimarães com um desafio aliciante: o de travar, neste fim-de-semana, a "batalha" do divertimento, explorando os seus monumentos e locais de culto..."

Sexta-feira

O relógio no carro aponta para as 19.00 horas, Sexta-feira. Saio da auto-estrada, contorno a rotunda de Silvares e entro na variante de Creixomil, em direcção ao centro. Diante de mim, avisto as luzes da cidade e aprecio a paisagem verdadeiramente fotográfica, adornada pela imponência do Castelo e do Paço dos Duques de Bragança, lá no cimo da Colina Sagrada. Estou, naturalmente, em Guimarães, palco de acontecimentos marcantes de um pequeno país, de batalhas épicas, da fundação da nacionalidade. E porque as batalhas de hoje não são as de outrora, também os locais de culto e monumentos são hoje bem distintos dos de há 9 séculos. Assim, entro em Guimarães com um desafio aliciante: o de travar, neste fim-de-semana, a "batalha" do divertimento, explorando os seus monumentos e locais de culto... Guimarães, do passado ao presente, da sua história ao seu desenvolvimento, é um palco de emoções. Senão vejamos... Cheguei a Guimarães. Sendo cedo, paro no Guimarães Shopping, com o intuito de fazer tempo para o jantar. Vou observando as montras das inúmeras lojas, passo a vista pelas novidades das suas salas de cinema. A fome já começa a apertar, pelo que entro no carro novamente e sigo pela circular urbana até à saída de Guimarães Nascente. Logo aí, paro no famoso Neca Magalhães e saboreio uma boa dose de panadinhos com arroz de feijão, acompanhados de um vinho espadal divinal, enquanto desfruto da simpatia dos funcionários deste estabelecimento, tão bem cotado no seio da comunidade vimaranense.

Deixo o café para mais tarde e dirijo-me para o centro da cidade. Estaciono no parque da praceta Mumadona e admiro a arquitectura da mesma, da autoria de Siza Vieira. Desço pela muralha que demarca os limites do centro histórico e vou beber café ao S. Mamede. Outrora sala de cinema, o seu conceito actual de café concerto aliado a uma magnífica sala de espectáculos encerra em si um local obrigatório. Assisti a David Fonseca ao vivo, poderia até ter sido Gotan Project, Clã ou José Cid. Mas a noite ainda é longa. De tal sorte, atravesso as portas da vila e paro na praça Santiago, onde somente eu e a bebida que ostento na mão é que não somos património da UNESCO... Aqui, entro na temática do cinema que decora o Cinecittá, bebo um shot ao som do melhor rock no El Rock, bebo uma mini ao preço da chuva no Cara & Coroa e relembro os grandes hits portugueses e internacionais dos anos 80 no Secos, propriedade do vocalista dos Fragmentos. Mas são 2 da manhã e os bares fecharam. A noite ainda promete muito e por isso vou até ao Património Bar e integro-me facilmente no seu ambiente familiar, dançando os grandes temas do momento. São 4 da manhã. O tempo e a adrenalina rogam-me que não fique por aqui. Mergulho assim no cenário absolutamente Baywatch do La Movida Beach, com os seus bares em madeira e as suas pranchas de surf. Sem Pamela Anderson, sem Mitch Buchannon, mas, goste-se ou não, festa e animação reinam aqui seguramente. O dia já nasceu e a barriga dá horas. Nada melhor que uma breve incursão às perdições de pastelaria da Padaria Nacional (ou o Painço), em frente à muralha. É hora do merecido repouso, no pequeno bungalow de arquitectura moderna para turismo rural, situado na Encosta do Paraíso, em Pevidém.

Sábado

A noite foi longa, logo, a manhã está perdida. Saio do albergue com o apetite de almoço bem aberto. Vou em direcção a S. Torcato e sigo a sugestão de parar na Passarada para me deliciar com o típico bolo quente com sardinha ou toucinho. Vou num ápice para o centro de Guimarães, desejoso de sentir aquele mundo de reis e castelos. Assim, chego ao Largo da Oliveira e saboreio um café com requinte na esplanada da Pousada Nossa Sr.ª da Oliveira. Dou início ao meu trajecto pelo coração do centro histórico, pelas suas seculares ruelas e largos, por entre as suas casas medievais, e passo através do arco da Rua de St.ª Maria até parar uns segundos a admirar a Câmara Municipal e a Biblioteca. Logo adiante, entro nas Costinhas e não resisto a morder uma Torta de Guimarães, esse doce tipicamente vimaranense. Subo pelo Jardim do Carmo e lá no cimo vejo o majestoso Paço dos Duques, a famosa casa senhorial quatrocentista. Sinto de perto a grandeza dos seus salões, o encanto das suas tapeçarias, a arte das suas exposições. Entro no território vizinho e estou, nada mais, nada menos, do que entre 4 paredes de uma das Maravilhas de Portugal: o simbólico Castelo. Subo ao alto da muralha e assisto da Tribuna à batalha de S. Mamede com a panorâmica que me é oferecida do campo de batalha. Concluído o roteiro pela Colina Sagrada, paro no Cor de Tangerina e provo a pizza vegetariana e um dos seus múltiplos chás. Aproveito e espreito o seu bazar. Faço o percurso inverso, e se conhecer Guimarães e sua história é conhecer as raízes do meu país, então atravesso a Oliveira e visito o Museu Alberto Sampaio. É fim de tarde. Está na hora certa de ir até à Av. de Londres a um dos seus cafés. Começo a percorrer o caminho a pé quando dou conta da azáfama que me envolve. Vejo multidões de indumentária branca, em passo apressado. “Porquê tamanho reboliço?”, interrogo um dos transeuntes. A sua resposta limitou-se a um sorriso. E esse sorriso cativou-me, de tal modo que resolvi segui-lo. Vi uma multidão a entrar no Estádio D. Afonso Henriques. Aí percebi que se Guimarães é o berço, o seu Vitória é a mão que o embala. Entrei, assim como dezenas de milhar, e cantei, saltei e vibrei com a multidão que me rodeava, contagiado por uma indescritível paixão que Guimarães e suas gentes depositam nas suas Instituições. As camadas sociais diluem-se e a emoção impera. Afinal, tudo o que eu procurava neste fim-de-semana era emoção e divertimento… E, clubismos de parte e porque futebol é, na sua essência, um espectáculo, não dei por perdido o dinheiro que gastei na aquisição do ingresso… É hora de jantar e nada melhor que deliciar-me com a cozinha típica da região, acompanhada desta feita pelo vinho verde da ordem, no acolhedor El Rey, bem no centro da Praça Santiago. Observo o movimento crescente que vai assolando a praça. Vou ouvir um som ao Túnel logo ali à frente. Vou até à Despensa do Marquês, ao lado do Campo S. Mamede, e não dispenso aquele Martini Bianco. A hora avança e é momento de decidir onde passar uma noite de arromba. As sugestões são 3: desde o ambiente giro do Eskada, em Moreira de Cónegos, passando pelas festas apadrinhadas pelos melhores DJ’s do Custo Lounge, na rodovia de Covas, até ao conceituado TrásTás, no meio da Rua Gil Vicente. Porque a condução sob efeito do álcool é, antes de mais, um tipo legal de crime, a escolha foi por demais sensata e recaiu na última das hipóteses, pelo que entrei no Trás e revivi as grandes tradições da noite vimaranense, neste spot repleto de glamour e de vivências que atravessam múltiplas gerações vimaranenses. Queimadas umas quantas calorias numa noite tão intensa, não podia dormir sem repor as energias dispendidas, colmatando com o necessário alimento. Fazendo jus a um Portugal das tascas e tabernas, fui saborear uma bifana à Tasca do Júlio, no Largo do Trovador. Em resumo, dei entrada no Villa Hotel para pernoitar e já era dia, bem de dia até…

Domingo

Passaram 2 dias magníficos mas violentos. Hoje é o dia de descanso semanal por excelência. Por conseguinte, desfrutar dos pedaços paradisíacos da Natureza que Guimarães oferece é ganhar fôlego para enfrentar uma dura semana de trabalho que se aproxima. Assim, recupero o esforço dispendido no almoço no Oriental, bem no Largo do Toural, com os rojões típicos da região, a sua posta à mirandesa de bradar aos céus ou com a tenrinha picanha sempre de braço dado com o feijão preto. Sinto necessidade de respirar e não hesito em tomar um chá no Formigas, no seio do Parque da Cidade. Dou uma caminhada rejuvenescedora pelo parque e pelos seus trilhos. Sinto uma enorme vontade de ver Guimarães novamente, pelo que sigo viagem no teleférico com destino à Serra da Penha, com as suas fontes naturais e paisagens verdejantes. Deste miradouro, guardo na memória a imagem de uma enorme cidade, activa e conservadora dos seus honrosos valores, dinâmica e empreendedora na construção sustentada de um futuro risonho, com o natural reconhecimento além fronteiras de uma grandeza que ultrapassa a sua área geográfica. Guimarães e o seu futuro. E falar do futuro em Guimarães é dizer: Guimarães Capital Europeia da Cultura/2012. E cultura em Guimarães é ver o novo Centro Cultural de Vila Flor. Aí, caminhei pelos jardins do seu Palácio. Jantei com classe no seu restaurante. E não podia perder o grande filme cartaz da sessão do Cineclube de Guimarães, no Grande Auditório. A lei do eterno retorno. Dirijo-me pela variante de Creixomil, contorno a rotunda de Silvares e estou prestes a entrar na auto-estrada. Para trás, deixo esse mundo dos reis e dos castelos que julguei imaginário. Carimbo assim a estadia na terra dos caminhos convergentes entre a História e o Progresso, dizendo: ad aeterno, Vimaranes!

Texto: Ricardo Pinto da Silva

Fotos: Pedro Rodrigues

AMPLEXO

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

OBRIGADO


A todos os "comentadores de bancada" deste blog, este (o blog), entende ser já ser tempo de expressar o seu agradecimento. É sempre gratificante para mim receber boa crítica, seja ela positiva ou negativa. Obrigado portanto pelo colorido que têm dado aos primeiros passos deste blog. As portas dos comentários estarão sempre abertas para vós. E sirvam-se do e-mail quando quiserem dizer algo mais extenso que eu comprometo-me a publicar aqui os vossos textos, quando tal seja pertinente. Mas, João Miguel, peço-te que não sugiras este blog ao Dr. Pedro... Não quero que ele se recorde daquele telefonema...
Um abraço e um sentido obrigado!
P.S.: Uma imagem repleta de cachecóis de Portugal serve sempre para combater as saudades dos comentadores mais "emigrantados". Eis a escolha da imagem...