quarta-feira, 8 de outubro de 2008

REENCONTROS FELIZES


Passei a vista mesmo agora pelo blog delas, o Ambiente Grego, e reparei que a Ana deixou lá um post com a etiqueta de agradecimento. O seu post destinava-se a agradecer a todos aqueles que, tal como eu, compareceram no Sábado, no Oriental, no seu jantar de aniversário, jantar este que ela não sabia que estava agendado... Isso mesmo, foi um jantar surpresa para alguém que não queria festejar o seu aniversário e que merece mais do que muitos que os seus mais próximos o festejem. Foi portanto uma surpresa mais do que merecida, merecimento esse que se estendia a que o dito jantar nao caísse no esquecimento. Assim o foi, ela reconheceu-o e, como tal, o objectivo foi plenamente cumprido. E, por mim falando, o jantar correu lindamente. Também eu partilho da opinião da Ana quando diz que a imagem de ordem foi a boa disposição. Mais uma vez, porque não é por demais dizê-lo, a Ana merecia isso, e merecia-o também da minha parte.
Sem descurar tudo isto, continuo hoje a matutar no que me aconteceu na entrada do Oriental. Quando cheguei ao restaurante, ainda na rua, deparei-me com um grupo enorme que lá estava prestes a entrar. Comecei por vêr o Marco, depois o Varela, o Fafe, o Noel, o Eduardo, o Garinho, os irmãos do Eduardo, outras tantas caras que conhecia desde que me conheço e outras que até nem conhecia. Curioso é que todos estes nomes, todas estas caras e estes vultos, eu conheço de um só lugar: da Rua Dr. Carlos Malheiro Dias, perpendicular à Calouste Gulbenkian. Nada mais nada menos de que o lugar onde eu vivi até aos meus 11 anos. Ali, prestes a começar, ia decorrer o jantar da minha antiga rua, dos Amigos da Rua, como eles apelidaram. Por momentos, pensei que seria eu que estaria a ser surpreendido e não a Ana... Mas não, foi um mero acaso, uma feliz coincidência. Pediram-me o meu número e o meu e-mail para me avisarem do próximo jantar. Cedi esses dados de pronto. Lembro-me bem dos tempos da Rua em que as noites acabavam com os fados do Pechincha em frente ao Vianeza; em que jogava à bola no jardim dos escuteiros e fugia sempre que via um veículo da polícia; em que ia para o Liceu atirar cartuchos com as armas de canudos, aos carros que passavam, e só acabava em casa com o condutor atingido a entregar-me aos meus pais "pelos colarinhos"... Fiquei de facto feliz por saber que a camaradagem da altura ainda existe, que perdurou por entre os diferentes destinos de todos eles.
Como tal, voltei a questionar Cesare Pavese, se seria inabitável aquele lugar onde fui feliz. E voltei a constatar o colapso desse pensamento... Por isso, comprometo-me também aqui a estar presente no próximo jantar dos Amigos da Rua, mesmo sem os fados do Pechincha...
P.S.: Duarte, se vires este post, quero que saibas que digitalizei a foto... e sozinho!

7 comentários:

Anónimo disse...

;)

Jantar dos Amigos da Rua???? Não sabia que aquelas tropas tinham sido teus vizinhos... Lá estás tu a tentar arranjar desculpas para tasqueirar!!!! Eheheheheheh

Parabéns pela digitalização...aos poucos chegas lá!!

Beijinhos

Anónimo disse...

Fodass o Sá era a tua rua??? Não me digas que brincavas com ele aos cartuchos??!! Que medo....

Poirot disse...

so acredito quando vir...
aquela cena da disquete teve uma carga emocional tao grande que a partir daí, contigo, é ver para crer...

Ricardo Pinto da Silva disse...

1- Gu, logicamente que o Sá não era da minha rua nem tão pouco andei a brincar aos cartuchos com ele... Caso contrário, acho que não estava aqui para escrever este blog... Ele conhece é aquele pessoal.

2- Duarte, na foto acho que é bastante notório que aquele puto com cabelo à "foda-se" sou eu... Ninguem se daria ao trabalho de digitalizar uma foto minha do tempo do Spectrum - 48K que não eu próprio...

Carolina Fontes disse...

Eih sempre é verdade??? Tu tens um blog e fazes tudo sozinho???
PARABÉNS!
Se quiseres ensino-te a por umas musiquinhas daquelas dos tempos dos nossos avós (as que tu gostas, antigas!)
De nada.
Bjinhos

Enrique Cimento disse...

Velhos tempos, os tempos da "rua" , o banana nao tava?

Ricardo Pinto da Silva disse...

Claro que o Banana estava ó Moura, assim como muitos outros conhecidos, mas não ia pôr 30 nomes aqui...